Mulheres Negras: histórias, lutas, 

conquistas…

  Mulheres que assistiram à chegada de sua “liberdade” e continuaram sofrendo e lutando contra a discriminação racial. Após o 13 de maio de 1888, mulheres lutaram, e ainda lutam contra a racismo e machismo.

As mulheres que foram escravizadas no Brasil contribuíram, e muito, para acabar com a escravização no país.  Engana-se quem acha que a Princesa Isabel foi a responsável pela libertação dos escravizados. A história  sempre tentou apagar a enorme resistência protagonizada pelo povo negro, especialmente as mulheres negras, com seu olhar racista e machista.

Conheça  17 mulheres negras que fizeram parte de quilombos brasileiros e foram fundamentais em algum momento para a comunidade negra. São grandes lutadoras, símbolos da rebeldia e da ousadia do povo negro.

1. Dandara dos Palmares



É uma das líderes mais conhecidas no Brasil. Lutou contra a escravidão em Palmares. Foi contra a proposta da Coroa Portuguesa em condicionar as reivindicações dos quilombolas. A guerreira morreu durante a disputa no Quilombo dos Macacos pertencente ao Quilombo de Palmares, onde vivia também seu marido, Zumbi dos Palmares.  

2. Anastácia



Ajudou escravos quando eram castigados, ou facilitando a fuga. Certa vez, lutou contra a violência física e sexual de um homem branco, por isso, recebeu o castigo de usar um mordaça de folha de flandres e uma gargantilha de ferro. Apesar de viver na Bahia e em Minas Gerais foi levada para o Rio de Janeiro no fim da vida, lá atribuíram vários milagres durante sua estadia.

3. Luiza Mahín



Passou muito tempo na Bahia e participou do levante na Revolta dos Malês, em 1835 e a Sabinada, em 1837. Trabalhava como ganhadeira (no comércio de rua).

4. Tereza de Benguela



No Brasil, dia 25 de julho é comemorado o Dia de Tereza de Benguela em homenagem a líder quilombola. Era mulher do líder do Quilombo de Quarterê ou do Piolho, no Mato Grosso. Por lá, foram abrigados até índios bolivianos incomodando autoridades das Coroas espanhola e portuguesa. Tereza foi presa em um dos confrontos e como não aceitou a condição de escravizada suicidou-se.

5. Aqualtune



Era filha do Rei do Congo e foi vendida para o Brasil. Grávida no Quilombo dos Palmares organizou sua primeira fuga. Ficou conhecida por ficar ao lado de Ganga Zumba, antecessor de Zumbi, seu neto.  A guerreira morreu queimada.

6. Zeferina



Líder no quilombo de Urubu, na Bahia. Era angolana e foi trazida ainda criança para o Brasil. As histórias relatam que ela confrontava os capitães do mato com arco e flecha.

7. Maria Felipa de Oliveira



Foi líder na Ilha de Itaparica, Bahia. Aprendeu a jogar capoeira para se defender. Tinha como missão principalmente libertar seus descendentes e avós. Ficava escondida na Fazenda 27, em Gameleira (Itaparica), para acompanhar, durante a noite, a movimentação das caravelas lusitanas. Em seguida, tomava uma jangada e ia para Salvador, passar as informações para o Comando do Movimento de Libertação.

                     

8. Acotirene



Era considerada matriarca no Quilombo dos Palmares e conselheira dos primeiros negros refugiados na Cerca Real dos Macacos. Um dos mocambos (casa) foi batizado com o seu nome.

9. Adelina Charuteira



Era uma das líderes no Maranhão. Era filha de uma escravizada com um senhor, por isso, sabia ler e escrever. Apesar do pai, não foi libertada aos 17 anos, mas era ativamente parte da sociedade abolicionista de rapazes, o Clube dos Mortos. Para arrecadar dinheiro vendia charutos fabricados pelo pai, com essa articulação descobria vários planos de perseguição aos escravos.


10. Rainha Tereza do Quariterê




Foi guerreira no Quilombo do Quariterê, em Cuiabá. Comandou toda a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo. Mantinha até um sistema de defesa com armas trocadas com homens brancos ou resgatadas pelos escravizados. Ajudou na ampliação de outros quilombos no Mato Grosso. 

11. Marianna Crioula



Era mucama em Vila das Vassouras, Rio de Janeiro. Se juntou com escravizados na maior fuga de escravos da história fluminense em 5 de novembro de 1838. Liderou a fuga e um quilombo com Manuel Congo. 

12. Esperança Garcia



Ousou a escrever uma carta para o presidente da Província de São José do Piauí, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, denunciando os maus-tratos físicos de que era vítima, ela e seu filho, por parte do feitor da Fazenda Algodões.

13. Maria Firmina dos Reis



Foi considerada a primeira romancista brasileira, além de escrever o primeiro romance abolicionista, Úrsula, que narra a condição da população negra no Brasil com elementos da tradição africana. Dedicou sua vida a leitura e escrita.

14. Eva Maria de Bonsucesso



Era uma escrava alforriada que vendia frutas e verduras no Rio de Janeiro. Foi agredida por um homem branco e conseguiu que ele fosse preso, e condenado pela agressão

15. Maria Aranha




Foi líder do Quilombo de Mola, no Tocantins. Venceu todos os ataques escravistas e organizou toda a sociedade do local.

15. Na Agontimé



Era rainha do Benim e foi vendida como escrava para o Maranhão, até ganhou um novo nome, Maria Jesuína. Ela fundou a Casa das Minas e reconstruiu o culto aos ancestrais.

16. Tia Simoa



Liderou a luta contra a escravidão no Ceará. Foi do Grupo de Mulheres Negras do Cariri, o Pretas Simoa.

17. Zacimba Gaba



Era princesa angolana e acabou no Espírito Santo. Provocou uma revolta das pessoas escravizadas contra a Casa Grande e liderou um quilombo onde foi rainha.  Comandou durante anos ataques aos navios, surgindo no meio da noite em canos precárias para resgatar os negros escravos, a referência à sua morte seja em um desses enfrentamentos.

Referências: https://catracalivre.com.br/cidadania/17-mulheres-negras-brasileiras-que-lutaram-contra-escravidao/ 





MULHERES FANTÁSTICAS

 O programa televisivo  Fantástico, da Rede Globo, exibiu  um um quadro chamado Mulheres Fantásticas. Trata-se de episódios escritos, roteirizados, animados, produzidos e editados por um time totalmente feminino, que apresentou a trajetória de mulheres inspiradoras. Histórias de grandes nomes femininos da arte, dos direitos humanos e da luta pela igualdade.

 

VENHA CONFERIR! 

 


 
























Em 

Nova História das Mulheres no Paraná

  O livro Nova História das Mulheres no Paraná nasceu como uma homenagem carinhosa à Etelvina Maria de Castro Trindade e Ana Paula Vosne Martins. Ambas professoras da Universidade Federal do Paraná e pioneiras na consolidação dos Estudos de Gênero e História das Mulheres no estado. Etelvina e Ana Paula foram fundamentais para a formação intelectual e postura acadêmica de todas as autoras dessa Nova História das Mulheres no Paraná.

 A obra é formada por oito capítulos que problematizam a partir de diversas fontes e abordagens teóricas parte da história das mulheres no Paraná, e pode ser acessada gratuitamente pelo site da editora no formato e-book (https://www.editorafi.org/806mulheres).














Venha se inspirar e se divertir.

 P R E P A R E   A   P I P O C A!

Filmes que destacam o protagonismo da mulher na sociedade. Filmes incríveis sobre mulheres reais para se inspirar.

Créditos: Tat'âna Maramygina / EyeEm/Getty Images 


 Prepara-se para chorar, rir e lutar com essas  maravilhosas.


Estrelas além do tempo (2016)

Baseado em fatos reais, o filme Estrelas Além do Tempo (Theodore Melfi, 2h07) conta a história de três cientistas negras que trabalharam na NASA durante a década de 1960 e colaboraram para a conquista espacial: Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson. Indicado ao Oscar de 2017 nas categorias de melhor filme, melhor atriz coadjuvante (Octavia Spencer) e melhor roteiro adaptado (Theodoro Melfi), o longa está entre os dez filmes de maior bilheteria de fevereiro nos cinemas do Brasil e dos Estados Unidos e levanta muitos temas que podem contribuir com sua aula.

 


Histórias Cruzadas (2011)

A história desta longa é baseada em fatos reais. “Histórias Cruzadas” mostra o cotidiano das mulheres negras na década de 1960 em uma pequena cidade dos Estados Unidos, onde a desigualdade é nítida e até mesmo perturbadora, especialmente em razão da cor de pele. Jackson é uma cidade no Mississipi onde mora Skeeter (Emma Stone), uma garota da sociedade rica branca, que retorna após a faculdade determinada a se tornar escritora. Skeeter resolve entrevistar mulheres negras da cidade que trabalham na criação dos filhos da elite branca.O filme é uma crítica clara à forma como o racismo ainda dura em todo o mundo. Vemos cenas agoniantes de policiais tratando de forma violenta pessoas negras, como acontece até hoje.





Malala (2015)

Conheça a história de Malala Yousafzai e sua luta por educação para as mulheres, neste documentário de tirar o fôlego. O filme conta a história de uma adolescente paquistanesa que lutou pelo direito à Educação das meninas e mulheres de seu país. No Paquistão a grande maioria das mulheres são analfabetas, Malala não achava justo e passou a lutar contra isso. Mas o que parecia ser uma tradição foi além e virou um problema político. Malala Yousafzai começou a receber ameaças e posteriormente sofreu um atentado a caminho da escola quando tinha apenas 15 anos.




Harriet (2019)

 Baseado na história de Harriet Tubman, mulher que lutou não apenas pela própria liberdade da escravidão, mas também auxiliou dezenas de escravos a se libertarem através das rotas da Underground Railroad, durante a Guerra Civil. Além de ser um filme urgente, visto que o racismo cada vez acorda mais, é um documento de informação. De perpetuar figuras importantes e decisivas da História do Mundo. Sem ela, crente incondicional, talvez não houvesse tantos sobreviventes.



Terra Fria (2005)

O filme denuncia a opressão e exploração da mulher trabalhadora. Baseado em uma história real, o filme Terra Fria narra o drama de Josey Aimes, uma mulher que tem a ousadia de abandonar o marido que a espancava para procurar um emprego e sustentar sozinha seus dois filhos. Para conseguir chefiar essa família, ela resolve trabalhar numa mineradora de ferro no interior do estado de Minnesota, nos EUA. O cenário se passa na década de 70, e as mulheres não são bem vindas neste tipo de trabalho. Por conta disto, Josey e outras mulheres são humilhadas e assediadas sexualmente, o que não faz a protagonista se calar. Ela recorre ao sindicato, que não a ajuda em nada. Até que, inconformada, leva o caso a justiça, sendo o primeiro processo judicial de assédio sexual envolvendo uma classe nos Estados Unidos. O filme foi inspirado em  Lois Jenson e sua história.


Nise – coração da loucura (2015)

  O filme é  dirigido por Roberto Berliner e estrelado por Glória Pires, em uma atuação precisa e emocionante, conta a história da psiquiatra alagoana Nise da Silveira (1905-1999), que inovou o tratamento oferecido para as pessoas com problemas mentais e, em especial, para aquelas com esquizofrenia. Ela propôs e aplicou formas alternativas de cuidados, com base na arte, no afeto e no convívio com animais em substituição a métodos agressivos e comparáveis à tortura.  Ela médica enfrentou e questionou os tratamentos antigos de eletrochoques e lobotomia, dando lugar a arte e vivência humana para os pacientes. O filme se passa na década de 40.

  


Clementina (2019)

O documentário faz uma viagem através das músicas e da história de Clementina de Jesus. Os sambas mais poéticos, o batuque cheio de balanço, os cantos religiosos que revelam uma comunicação forte com o mundo sagrado, vão nos levando para o profundo mundo de Quelé. Marcada na história da MPB pela sua voz excepcional e repertório de música afro brasileira, essa neta de escravos trouxe com o seu canto a alegria, a potência e o drama da condição do negro no Brasil. Considerada por muitos o elo perdido entre a cultura brasileira e as raízes africanas.


As Sufragistas (2015)


Aborda o inicio da luta do movimento feminista e os métodos incomuns de batalha. Inspirado no movimento sufragista do final do século XIX e início do XX, na Inglaterra, a história das mulheres que enfrentaram seus limites na luta por igualdade  e pelo direito do voto. Elas resistiam à opressão de forma passiva, mas , a partir do momento em que começaram 
a sofrer crescente agressão da polícia, decidiram se rebelar publicamente.



Você conhece as mulheres que aturam na independência do Brasil?

 As batalhas pela independência do Brasil na Bahia duraram um ano e sete dias, entre 25 de junho de 1822 e 2 de julho de 1823. As mulheres desempenharam um papel importante no processo, e muitas se destacaram nas batalhas e na ajuda aos soldados brasileiros.

Mulheres nunca ganham protagonismo na história do Brasil. Basta reparar como, num país de maioria feminina, quase não existem protagonistas na nossa história oficial. E o mesmo processo de silenciamento ocorre com a história da independência do Brasil. A história tratou de apagar e subordinar as mulheres da elite.

                                                                             Detalhe do retrato póstumo de Maria Quitéria de Jesus

                                                                                                  (Domenico Failutti, c. 1920)

Você já ouviu falar de Maria Quitéria de Jesus? Ela destacou-se nas guerras de independência do Brasil, lutando como combatente na Bahia. Aliás, fingiu ser homem para poder entrar no exército, uma vez que a instituição só admitia integrantes do sexo masculino.

 A jovem juntou-se então às tropas que lutavam contra os portugueses, em 1822, e utilizou o nome de seu cunhado: era o soldado Medeiros, já que somente homens faziam parte do exército brasileiro. Semanas depois de entrar nos conflitos, Maria Quitéria teve sua identidade revelada. Mesmo assim, permaneceu no exército, por conta de sua habilidade com o manejo de armas.


                         (Imagem: Filomena Modesto Orge/Arquivo Público do Estado da Bahia)

Outra figura de destaque nas batalhas pela independência, foi Maria Felipa de Oliveira. Maria Felipa é outra protagonista baiana, negra e natural da Ilha de Itaparica.  Descrita como uma negra alta e audaz que, sendo uma forte liderança em sua comunidade, tornou-se fundamental na organização da resistência insular. 

Tomou parte das batalhas pela independência do Brasil, na Bahia, comandando cerca de 40 mulheres que foram responsáveis por queimar 42 embarcações portuguesas.

Liderando um grupo de mulheres e homens de diferentes classes e etnias, a Heroína Negra da Independência, como é conhecida, organizou o envio de mantimentos para o Recôncavo, como também as chamadas “vedetas” que eram vigias nas praias para prevenir o desembarque de tropas inimigas além de participar ativamente de vários conflitos.

Durante as batalhas seu grupo ajudou a incendiar inúmeras embarcações: a Canhoneira Dez de Fevereiro, em 1º de outubro de 1822, na praia de Manguinhos; a Barca Constituição, em 12 de outubro de 1822, na Praia do Convento; em 7 de janeiro de 1823, liderou aproximadamente 40 mulheres na defesa das praias. Armadas com peixeiras e galhos de cansanção surravam os portugueses para depois atear fogo aos barcos usando tochas feitas de palha de coco e chumbo.


Ilustração de Joana Angélica - Wikimedia Commons
 

Vale a pena se lembrar de Joana Angélica, a freira, se destacou pela coragem ao enfrentar os portugueses dispostos a invadir o Convento da Lapa, localizado no centro da cidade de Salvador. 

Na época das lutas pela independência, ocupava pela segunda vez a direção do Convento da Lapa, quando as tropas portuguesas invadiram o local e deu-se o notório acontecimento. Resultado dos desentendimentos entre brasileiros e portugueses quanto a liderança do Governo das Armas, para o qual foi indicado o general português Inácio Luiz Madeira de Melo, o conflito passou a ser resolvido pelas armas. Assim, no dia 19 de fevereiro iniciou-se com a ofensiva portuguesa.

 Os lusitanos atacaram o forte de São Pedro e, quase ao mesmo tempo, os quartéis da Palma e da Mouraria. Onde se encontravam oficiais e soldados brasileiros. Nessa investida ao quartel da Mouraria, um grupo de soldados tentou invadir o recolhimento, do qual Joana Angélica era abadessa. Os portugueses acreditavam que no claustro, vizinho ao quartel, houvesse sediciosos e armas escondidas. Como diretora do Convento, Sóror Joana Angélica postou-se à porta de entrada diante dos soldados numa tentativa de impedir que aquele local, totalmente vedado a homens, fosse maculado.

 Colocou-se como barreira, proferindo as palavras. Joana Angélica de Jesus morreu em 1822, assassinada por tropas portuguesas.



Fonte:http://200.187.16.144:8080/jspui/bitstream/bv2julho/842/1/RM_n02_Joana%20Ang%C3%A9lica.pdf

http://200.187.16.144:8080/jspui/bitstream/bv2julho/841/1/RM_n02_Maria%20Felipa.pdf

A mãe do rock

Sister Rosetta Tharpe, mulher, negra e cristã remodelou a música ao tocar em sua guitarra uma nova forma musical, criando um estilo único, singular e próprio; posteriormente conhecido como “rock ‘n roll”.



Sister Rosetta Tharpe é comumente referenciada como a “madrinha do rock”, porém ela não esteve presente apenas no batismo do rock, mas desde os seus primórdios. Curiosamente, o termo “rock ‘n roll” apareceu na renomada revista Billboard justamente para descrever uma de suas performances.

Sister Rosetta tocava guitarra como ninguém, ela era cantora gospel, mas as influências do jazz e blues fizeram com que ela criasse seu estilo próprio e único. Nomes como Chuck Berry e Elvis Presley foram fortemente influenciados por ela durante a infância, e nunca deixaram de mencioná-la em suas carreiras. 

A artista nasceu em Arkansas em 1915, na cidade de Cotton Plants e era filha de pais colhedores de algodão. Não se sabe muito sobre seu pai, mas sua mãe sempre esteve presente em sua vida. Rosetta Tharpe cresceu na igreja, onde sua mãe era pregadora e nesse ambiente ela desenvolveu sua paixão pela música. Desde muito cedo Rosetta demonstrou seu talento como guitarrista, cantora e compositora, revelando-se um prodígio da música. Aos seis anos de idade ela passou a viajar com sua mãe pelo país, tocando em concertos gospeis com outros artistas. Tais viagens permitiram Sister Rosetta aprimorar suas habilidades musicais.

Sister Rosetta se muda para Nova York acompanhada de sua mãe. Seu reconhecimento musical não demorou muito, e no mesmo ano lançou o disco “Rock Me”, recebendo posteriormente a oportunidade de cantar na prestigiada casa noturna “Cotton Club”. Grande parte do público nunca tinha visto uma mulher negra tocar guitarra antes, ainda mais de uma forma tão cativante como aquela.

Por causa de um contrato de 7 anos, Rosetta se viu obrigada a cantar somente o que sua gravadora quisesse, um mal necessário para trilhar seu caminho até o sucesso. Com a idade de 25 anos, ela já estava entre os melhores artistas populares da época, sendo muito controversa e respeitada ao mesmo tempo. Ela popularizou a música gospel e inovou ao misturar jazz, blues e o próprio gênero que estava criando.

Nos anos 40, passou grande parte do tempo na estrada tocando em casas de shows lotadas, como artista solo ou acompanhada de outros grupos. Durante esses anos, ela teve que se manter firme numa sociedade altamente segregada, mas nenhum preconceito foi capaz de fazê-la recuar. Em 1944, Sister Rosetta lança o que até hoje é considerado por muitos especialistas a primeira canção do rock. “Strange things happening everyday” foi a primeira música gospel a destacar-se na lista do Harlem Hit Parade da Billboard. A artista morreu na Filadélfia em 1973 após sofrer um AVC. Em 2008 o governador da Pensilvânia declarou feriado dia 11 de janeiro, conhecido como “Sister Rosetta Tharpe’s Day”.

Fonte: PRENSA

A RAINHA GUERREIRA

 A rainha Amanirenas foi uma mulher de grande fibra, lutando bravamente ao lado de seus soldados contra os Romanos, que tentavam tomar suas terras. A guerra deixou marcas físicas na Rainha, ao qual perdeu a visão.



Também referenciada como Ameniras e Amanerinas. Rainha-mãe de Meroé, detentora do título de Candácia. Seu nome pode constituir uma alusão à divindade suprema egípcia Amon Ra. Informações sobre ela são fornecidas por escritores romanos, e alguns sugeriram que ela poderia ser a Candácia mencionada na Bíblia, cujo eunuco foi convertido ao cristianismo e batizado pelo apóstolo Filipe

A existência de Amanirenas é documentada em algumas fontes epigráficas. Na estela Hamadab, descoberta pelo arqueólogo John Garstang em 1910, haveria segundo alguns intérpretes uma alusão ao confronto entre tropas romanas e cuxitas, com a celebração da vitória africana no conflito de 25-21 a.C.  No mesmo monumento ela é retratada ao lado do filho Akindad, que dividia com ela o governo, em frente às divindades Amon e Mut, enquanto na parte de baixo aparecem prisioneiros deitados de bruços, em posição de submissão, que poderiam ser soldados romanos. Neste e noutros lugares ela é referida pelo termo kore, a palavra meroítica para governante.

Duas outras inscrições em que seu nome é certificado são grafites no templo de Daga, na Baixa Núbia, e a estela de Teriteqas, seu marido, onde ela é referida somente como Kdke, isto é, Candácia, Rainha-mãe. Segundo parece, as inscrições de Hamadab poderiam fazer referência ao período em que governava com o filho, Akindad, enquanto as outras dizem respeito ao período em que era co-regente e rainha-mãe, junto com o seu cônjuge.

Sua descrição marcial tem sido interpretada como uma alusão aos conflitos bélicos do período. Estrabão informa que Gaius Petronius, prefeito romano do Egito, lançou um contra-ataque aos cuxitas que tinham invadido a região de Tebas e passaram a controlar cidades como Elefntina, Syene, e Philae durante o governo de Aelius Gaius.  Segundo ele, os cuxitas aproveitaram-se do deslocamento das tropas romanas para uma batalha na Arábia e “escravizaram os habitantes e derrubaram as estátuas de Caesar”. A seguir, as tropas de Gaius Petronius marcharam contra os “etíopes” da “viril Candácia de um olho só” e os derrotaram em Pselchis, atingindo Napata e fixando uma guarnição militar na fortaleza de Qsar Ibrim. A rainha cuxita teria então atacado a guarnição, reabrindo as hostilidades, mas não deixa entrever o resultado do embate.

As descrições deste controverso acontecimento foram feitas por escritores romanos, em relatos marcados pela parcialidade e desprezo pelos “etíopes”.  É de se supor que Teriteqas tenha liderado a marcha inicial contra o Egito Romano, morrendo em batalha, quando Amanirenas assumiu sozinha a liderança do governo, representando parcialmente o filho. Muito provavelmente as incursões de Gaius Petronius não tenham ido tão longe ao sul do Nilo, e o certo é que os romanos jamais conseguiram impor sua autoridade ao sul do Egito nem impor-lhes o pagamento de tributo, limitando-se a manter postos militares na fronteira.

Além de proteger a integridade territorial e a independência do estado meroítico, Amanirenas inaugurou um período de prosperidade econômica que encorajou o florescimento do comércio, de trocas e o intercâmbio intercultural entre a região da Núbia e o mundo Mediterrâneo. Seu nome está associado ao período áureo de Meroé, que persistiria até a metade do século IV d. C.

Fonte: UFRGS

Zora Neale Hurston

Zora Neale Hurston, mulher negra de vastas competências e atribuições, através de seus escritos buscou promover o folclore caribenho e afro-americano.


Zora Neale Hurston (Notasulga, 7 de janeiro de 1891 - Fort Pierce, 28 de janeiro de 1960) foi uma antropóloga, folclorista, roteirista, cineasta e escritora norte-americana. Durante a vida, Zora escreveu cerca de 50 contos, peças e ensaios, além de livros como Their Eyes Were Watching God, publicado em 1937. Nascida no Alabama, a família se mudou para Eatonville, Flórida, em 1894, cidade que foi cenário de várias de suas histórias. 
Hoje, a cidade tem o festival anual Zora!, em suas homenagem. No início da carreira, conduziu pesquisa antropológica e etnográfica no Barnard College e na Universidade Columbia, com foco em folclore caribenho e afro-americano, o que contribuiu para a formação de uma identidade dessas comunidades. Escreveu vários ficções e ensaios contemporâneos sobre a comunidade negra e se tornou figura central no movimento do Renascimento do Harlem, Em suas sátiras, ela falava sobre a segregação e a experiência de ser uma mulher negra na sociedade norte-americana, tendo publicado antologias como The New Negro: An Interpretation e Fire!!. 
De volta à Flórida, Zora escreveu e publicou livros de antropologia sobre o folclore afro-americano no norte da Flórida, Mules and Men (1935), e o primeiro de seus três romances, Jonah's Gourd Vine (1934); Their Eyes Were Watching God (1937); e Moses, Man of the Mountain (1939). Por volta dessa mesma época, publicou Tell My Horse: Voodoo and Life in Haiti and Jamaica (1938), onde documentou sua pesquisa a respeito dos rituais da Jamaica e do Haiti. Seus livros falavam de questões como a luta diária dos negros norte-americanos, especialmente as mulheres. 
Seus livros caíram no esquecimento da crítica literária por décadas até ter o interesse renovado a partir de 1975, em especial com o trabalho de Alice Walker e após a publicação de um artigo chamado "In Search of Zora Neale Hurston". Seu manuscrito Every Tongue Got to Confess, uma coleção de contos populares coletados em 1920, foi publicado em 2001 depois de serem descobertos nos arquivos do Smithsonian. Seu livro Barracoon: The Story of the Last "Black Cargo", sobre a vida de Cudjoe Lewis, foi publicado postumamente em 2018.

Fonte: Wikipédia


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