O amor de Zuzu Angel por seu filho foi algo inexplicável, uma mulher trabalhadora e de renome, Zuzu se viu envolta de uma adversidade sem precedente, ao buscar de diversas formas desvendar o que houve com seu amado filho, sendo que este havia sido assassinado. Por perseguir a verdade, Zuzu foi morta pela ditadura.
O casal se separou em 1960. A carreira como estilista começou ainda no final dos anos 1950 e a levou ao mercado internacional nos anos 1970, tendo como clientes estrelas como as atrizes Kim Novak e Joan Crawford. Na manhã do dia 14 de maio de 1971, seu filho Stuart, militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), foi preso no Rio de Janeiro e levado para a Base Aérea do Galeão. Segundo depoimento do preso político Alex Polari de Alverga, que esteve com ele naquela unidade da Aeronáutica, Stuart foi brutalmente torturado e não resistiu, vindo a falecer na noite daquele mesmo dia.
A partir daquele momento, Zuzu passou a buscar informações sobre o filho e o direito de sepultá-lo, denunciando as arbitrariedades praticadas pela ditadura à imprensa e a órgãos internacionais. Ainda em 1971, realizou um desfile/protesto no consulado brasileiro em Nova York. Suas criações incorporaram elementos que denunciavam a situação, com estampas representando tanques de guerra, canhões, pássaros engaiolados, meninos aprisionados, anjos amordaçados. Zuzu morreu em 1976, no que a ditadura classificou como um acidente automobilístico na saída do túnel Dois Irmãos, em São Conrado (RJ).
Mas, em 1998, a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos julgou o caso e reconheceu o regime militar como responsável pela morte da estilista. Segundo depoimentos, ela teria sido jogada para fora da pista por um carro pilotado por agentes da repressão. Hoje, o túnel é chamado Zuzu Angel.
Fonte: Memórias da ditadura.
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