Leila Dinis
Sem sombra de dúvidas Leila Roque Dinis foi uma mulher que sabia o que queria, estava a frente de seu tempo. Após tirar fotos de biquíni, exibindo sua gravidez, foi perseguida e julgada. Leila se tornou um símbolo de liberdade no âmbito nacional, marcando muitas mulheres e indivíduos.
Leila Diniz (1945-1972) foi uma atriz
brasileira. Estrela do cinema, artista da TV, vedete do teatro rebolado, musa
de Ipanema, irreverente e escandalosa, rompeu barreiras da sociedade
conservadora de seu tempo.
Leila Roque Diniz nasceu em Niterói,
Rio de Janeiro, no dia 25 de março de 1945. Filha do bancário Newton Diniz e da
professora de Educação Física, Ernestina Roque após a separação dos pais, foi
morar com seus avós. Rebelde, fugiu de casa com 14 anos indo morar na casa de
uma tia. Começou a trabalhar com 15 anos, como professora de escola primária
com turmas do maternal e do jardim de infância.
Em 1962, então com 17 anos, Leila conheceu o cineasta Domingos de
Oliveira, e moraram juntos até 1965. Nessa época, trabalhou como modelo de
propaganda e depois atuou em peças de teatro infantil como “Em Busca do
Tesouro”.
Em 1963, trabalhou como corista em um show de Carlos Machado. Trabalhou
também nos filmes “O Mundo Alegre de Helô” e “Jogo Perigoso”. Em 1964, atuou no
teatro em “O Preço de Um Homem”, com Cacilda Becker. Em 1965, já separada de
Domingos de Oliveira, casou-se com o cineasta Ruy Guerra, época em que começou
sua carreira na TV e atuou em diversas novelas.
Em 1966 estrelou no filme “Todas as Mulheres do Mundo”, dirigido por
Domingos de Oliveira, que fez um grande sucesso de público e crítica. Leila
recebeu o Prêmio Air France de Melhor Atriz de 1967. Na época, dizia que “O
sucesso assusta, mas também abre o apetite”. Em seguida atuou nas novelas, “A
Rainha Louca” (1967), “O Direito dos Filhos” (1968) e nos filmes, “Fome de
Amor” (1968) e “Edu Coração de Ouro” (1969), entre outros.
Em 1969, época de censura e repressão, Leila Diniz deu diversas
entrevistas e passou a ser vista como mais uma vedete que abusava dos palavrões
para ser notada.
No dia 15 de novembro de 1969, quando o jornal “O Pasquim” publicou sua
célebre entrevista, as páginas estavam repletas de asteriscos, nos palavrões
que a censura havia suprimido. Na entrevista, a atriz fala de sua opinião sobre
amor e sexo, escandalizando a sociedade.
No final de 1970,
grávida de sua primeira filha, foi fotografada usando um reduzido biquíni,
passeando nas areias da praia de Ipanema, o que provocou um choque para a
sociedade conservadora da época. No carnaval de 1971, foi eleita
Rainha da Banda de Ipanema. Em julho de 1971, inaugurou uma loja de roupas em
Ipanema e afirmou: “Queria trabalhar sem me cansar muito”.
No dia 19 de novembro de 1971 nasceu Janaína Diniz Guerra, sua tão
sonhada filha. Depois de três meses de reclusão, no carnaval de 1972, Leila já
estava desfilando na escola de samba Império Serrano. Logo depois, estreou no
espetáculo de teatro de revista, “Vem de Ré”, seu último show.
Em junho de 1972, Leila foi para a Austrália, junto com a delegação
brasileira para uma premiação no festival de cinema de Melbourne. Com saudade
da filha, então com sete meses, voltou mais cedo para casa, pegou um avião da
Japan Airlines que caiu na Índia, sem deixar sobreviventes. Leila Diniz faleceu
em Nova Deli, na Índia, no dia 14 de junho de 1972.
Fonte: eBiografia.
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