ARTEMISIA GENTILESCHI
A PINTORA VIOLENTADA
* Roma (1593) + Nápoles (1654)
Artemisia Gentileschi, a primeira mulher a ser admitida na prestigiosa Academia de Belas Artes de Florença. Dona de obras icônicas, utilizou a dor de ter sido estuprada para criar verdadeiras obras de arte.
Tassi e Orazio trabalharam juntos em projetos de afrescos, e uma amizade se desenvolveu entre eles. No entanto, Tassi agrediu sexualmente Artemisia quando ela tinha 18 anos. Ela levou um ano para denunciá-lo, o que resultou em uma opinião pública dividida, com muitos acreditando que a agressão foi, na verdade, consensual. Tassi foi condenado em 1612 e teve a escolha entre cinco anos de trabalhos forçados ou exílio, optando pelo último.
Orazio organizou um casamento para Artemisia pouco depois da condenação de Tassi, na tentativa de restaurar sua reputação. Ela se casou com o pintor Pierantonio Stiattesi e se mudou para Florença.
Artemisia já havia começado a pintar figuras femininas fortes, inspiradas pela Bíblia e pela mitologia, com uma perspectiva feminina. Uma de suas obras notáveis é "Susana e os Anciãos", que retrata a história bíblica de Susana, uma mulher assediada sexualmente por dois juízes. Artemisia escolheu retratá-la como uma figura vulnerável e assustada, desafiando a representação tradicional.
Em Florença, ela pintou sua obra mais famosa, "Judite decapitando Holofernes", uma cena bíblica que muitos interpretaram como um desejo de vingança pela agressão que sofreu. Artemisia revisitou os temas de Susana e Judite em outras pinturas ao longo de sua vida.
Apesar de ter alcançado alguma fama em sua época, Artemisia caiu no esquecimento após sua morte em 1654, em Nápoles. Sua redescoberta ocorreu na segunda metade do século XX, quando sua arte começou a ser apreciada novamente por críticos e ela se tornou um ícone do movimento pela igualdade de direitos entre homens e mulheres.
Fonte: BBC.
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