Bárbara de Alencar

Uma personagem central na Revolução Pernambucana, sucedida no ano de 1817; e na Confederação do Equador em 1824; Bárbara Alencar lutava por um país livre, contudo, seus ideais fizeram com que esta fosse presa, vindo a ser a primeira presa política do Brasil.

Bárbara Pereira de Alencar nasceu em Exu, Pernambuco, em 11 de fevereiro de 1760. Foi uma comerciante e ativista política brasileira. Primeira presa política do Brasil, é considerada uma heroína da Revolução Pernambucana e da Confederação do Equador. Pertencente à família Alencar, ela se mudou ainda adolescente para a Vila do Crato, no Ceará, onde casou-se com o comerciante português José Gonçalves dos Santos. Com ele, teve quatro filhos. Um deles, José Martiniano de Alencar, é o pai do escritor José de Alencar. De família rica, Bárbara e seus filhos abraçaram com fervor a Revolução Pernambucana de 1817. Eles defendiam a independência em relação a Portugal e a instituição de um sistema republicano de governo.

O Governo de Pernambuco era obrigado a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para custear salários, comida, roupas e festas da Corte, o que dificultava o enfrentamento de problemas locais, como a seca ocorrida em 1816, e ocasionava o atraso no pagamento dos soldados, gerando grande descontentamento no povo pernambucano e brasileiro. A revolução começada em Pernambuco logo foi para o Ceará, onde surgiu a República do Crato. Bárbara e seus filhos estavam à frente do movimento.

A República do Crato durou apenas 8 dias e Bárbara e seus filhos foram presos. Chegaram a ser tratados de forma cruel enquanto prisioneiros. No fim de 1820, Bárbara de Alencar foi perdoada pela Corte e voltou para casa, já sem os seus bens, que haviam sido confiscados. Mesmo após anos de prisão, ela continuou se envolvendo, ao lados dos filhos, em outros movimentos republicanos, dos quais o principal foi a Confederação do Equador, que começou em 1824 em Pernambuco e conquistou rapidamente as outras províncias da região, como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Os soldados oficiais venceram os confederados e dois filhos de Bárbara foram executados.

Ela morreu alguns anos depois, em 1832. Em dezembro de 2014, o nome de Bárbara Pereira de Alencar foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria. Bárbara não temeu a opressão que as mulheres de sua época viviam e lutou por um país melhor. Morreu como uma heroína.

Fonte: Observatório do Terceiro Setor.





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