Mulher, negra, escritora e feminista, essa é Chimamanda Ngozi Adichie; uma mulher que não tem medo de falar o que pensa, aborda sobre "os perigos de uma história única" entre inúmeras outras coisas.
Escritora criativa nigeriana e ensaísta, com envolvimento e liderança no pensamento feminista. Nasceu em Enugu, de uma família de origem Igbo da cidade de Abba, no Estado de Anambra, mas cresceu em Nsukka. O pai era professor de Estatística na Universidade da Nigéria e mais tarde tornou-se vice-chanceler adjunto da instituição, enquanto a mãe era graduada em Sociologia e tabeliã. Adichie completou sua formação na Universidade Escola da Nigéria, vencendo diversos prêmios por excelência acadêmica.
Ela estudou Farmácia e Medicina na universidade por um ano e meio, mas rapidamente percebeu que não queria seguir esta carreira. Desde a juventude escreveu algumas peças e obras em prosa, sendo influenciada pela escritora inglesa Enid Blynton, mas sobretudo pelos romancistas africanos Chinua Achebe, seu conterrâneo, e Câmara Laye, que oferecera a ela perspectivas de pensar a africanidade. Em 1997, publicou uma coleção de poemas intitulada Decisions (Decisões), e deixou a Nigéria para estudar Comunicação na Universidade Drexel, na Filadélfia. Depois de dois anos, pediu transferência para a Universidade Estadual de Eastern Connecticut, onde completou o bacharelado em Comunicação e especialização em Ciência Política (2001).
Foi quando começou a escrever o romance Purple hibiscus (Hibisco Roxo), publicado em 2003, quando passou a ganhar reconhecimento no cenário da literatura internacional. Em 2004 ela obteve um diploma de Mestrado em Escrita Criativa na Universidade John Hopkins e em 2005-2006 obteve uma bolsa de estudos Hodder da Universidade de Princeton, onde lecionou Introdução à ficção. No outono de 2006, matriculou-se no Programa de Mestrado em História Africana da Universidade de Yale. Paralelamente, ela continuava sua carreira de escritora, publicando numerosas histórias em periódicos internacionais como Granta e o New Yorker e diversos ensaios em jornais de prestígio, incluindo o Guardian e o Washington Post.
Em 2006 foi publicado o seu segundo romance, Half of a yellow sun (Meio sol amarelo), que venceu o Prêmio Internacional de Conto David T. Wong, o Orange Broadband Prize de Ficção em 2007 e foi pré-selecionado para o Commonwealth Writers’ Prize de Melhor Livro (Região Africana) no mesmo ano. A obra teve também grande êxito comercial, especialmente no Reino Unido, e selou o status da escritora como um dos principais nomes da literatura africana no início do século XXI. Chimamanda regularmente retorna à Nigéria, apoiando ativamente talentos literários locais emergentes através da organização de workshops para aspirantes a escritores em Lagos. Em maio de 2008 ela se completou os estudos em Yale e se mudou para Columbia, Maryland.
Em setembro do mesmo ano recebeu uma bolsa de estudos da Fundação MacArthur, um prêmio de 500.000 dólares. A primeira coleção de contos de Adichie, The thing around your neck (No seu pescoço), foi publicada em abril de 2009. Como escritora de ficção, suas obras tratam de dramas sociais nigerianos, mas também das situações dos imigrantes nos Estados Unidos, tema abordado em sua conhecida conferência no TED, intitulada “Os perigos de uma história única” (2009). Sua atuação e denúncia das desigualdades de gênero levou a que proferisse a conferência We shoud all be feminists (Sejamos todos feministas) (2012), em que compartilha sua experiência como mulher africana feminista, e sua visão sobre a construção de relações de gênero e sexualidade, que logo foi transformada em livro de grande impacto editorial em 2014.
Fonte: Biografia de Mulheres Africanas.
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