Lélia foi uma mulher de grande significância no âmbito das discussões quanto as relações de gênero e o ramal racial. Essa mulher negra, foi pioneira ao levantar a pauta da questão racial atrelada ao feminismo, influenciando um novo pensamento.
Lélia Gonzalez foi
uma ativista e intelectual negra; denunciou o racismo e o sexismo como formas
de violência que subalternizam as mulheres negras.
Nascida em Belo Horizonte, no dia 1° de fevereiro de 1935,
mudou-se para o Rio de Janeiro, onde graduou-se em História e Geografia, fez
mestrado em Comunicação e doutorado em Antropologia Política. Atuou como
professora em escolas de nível médio, faculdades e universidades.
Iniciou o primeiro curso de Cultura Negra na Escola
de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Para Lélia Gonzalez, o
conceito de cultura deveria ser pensado em pluralidade e servir como elemento
de conscientização política. Neste sentido, por meio do curso de Cultura Negra,
propunha uma análise da contribuição africana na formação histórica e cultural
brasileira, tendo incorporado ao currículo aulas práticas de dança
afro-brasileira, capoeira e o conhecimento das religiões de matriz africana.
Foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado contra
Discriminação e o Racismo (MNUCDR), em 1978, atualmente Movimento
Negro Unificado (MNU), principal organização na luta do
povo negro no Brasil e, integrou a Assessoria Política do Instituto
de Pesquisa das Culturas Negras.
Lélia também ajudou a fundar o Grupo Nzinga, um coletivo de
mulheres negras e integrou o conselho consultivo da Diretoria do Departamento
Feminino do Granes Quilombo.
Uma das primeiras obras publicadas pela ativista foi o artigo “Mulher
negra: um retrato” e, na década de 80, publicou seu primeiro
livro “Lugar
de negro” em parceria com o sociólogo Carlos Hasenbalg. A obra
trouxe um panorama histórico do modelo econômico de 1964, a inserção da
população negra neste cenário e o resgate histórico dos movimentos sociais
negros. Publicou em 1987 o livro “Festas Populares no Brasil”,
onde registra as festas populares espalhadas pelo Brasil, traduzindo a
diversidade das manifestações culturais de cunho religioso ou não. Além da
festividade a obra mostra os laços indissociáveis entre Brasil e África.
Lélia faleceu em 10 de julho de 1994, seu legado através de sua
obra acadêmica e militância contribuíram para impulsionar não apenas a
problemática racial no Brasil, mas também o papel da mulher negra na sociedade.
Fonte: Fundação Cultural
Palmares.
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